Era uma noite tranquila em Barra Mansa, no céu a lua brilhava e iluminava a janela de Elisabeth, está estava inquieta já passava das duas e não conseguia dormir. Tentou diversas vezes fechar os olhos e fingir que dormia porem não dava certo, algo a incomodava além de todos os seus problemas a mudança, brigas constantes com os pais e o seu desentendimento com Marcos foi a ultima gota. Não podia entender como sua vida podia mudar assim de forma drástica, a única coisa que ela entendia é o fato de tudo já vir acontecendo há muito tempo.
Elisabeth olhou no celular as horas e colocou de volta em seu criado mudo, seu quarto parecia cada vez mais sufocante e isso a fez levantar e ir até a cozinha. A casa estava escura, todas as cortinas fechadas e luzes apagadas faziam o pequeno trajeto até a geladeira se tornar um pouco assustador, quando passou pela sala jurou ter visto um vulto, mas Elisabeth sabia que tudo não passava de um medo idiota que tinha da solidão. Já em frente a geladeira abriu e começou a procurar algo para beliscar, não estava com fome e realmente tinha medo de pegar o habito de assaltar a geladeira de madrugada, então pegou um copo de suco e batendo a porta com o quadril foi para a sala novamente.
Por quanto tempo vou continuar pensando e me importando com o que Marcos pensa de mim, acho o fato dele não ter dito nada a respeito é que ele mesmo não se importa mais com nossa amizade há tempos. E até andei reparando que estava mais longe e agindo como se eu não estivesse do seu lado, ou não foi assim que aconteceu a uns dias atrás, aquelas meninas na rua mexendo com ele, fingiu que eu não existia aquela hora, homens. Em minha opinião só mais um.
Elisabeth se acomodou no sofá e com os olhos procurava o controle da televisão, procurou algum canal aberto, pois seu pai já havia cancelado os canais acabo - iriam se mudar bem cedo no outro dia e não havia mais motivos para tê-los – e foi então que depois de ver muita televisão a menina caiu no sono. Foi quando o chiado da TV fora do ar à acordou, meio assustada quando viu o que era se levantou e desligou. Foi nessa hora que Elisabeth decidiu dar uma olhada pela janela, quando abriu pode ver claramente no meio da praça a silhueta de um homem sentado no banco da praça supostamente lendo, ela sabia que era impossível ou desconfortável ler na penumbra da noite de Barra Mansa, mas a certeza que seria ele era inevitável, quem mais poderia ser.
Logo tomou uma decisão, pegou seu casaco marrom e penteou os longos cabelos loiros e então deu por falta das chaves da frente, seu desespero procurando era tanto que não conseguia pensar em outra coisa além procurar e procurar mais rápido.
Por muito tempo esperei a oportunidade certa, e agora que me acho pronta, o que me limita é uma simples porta! Ai meu Deus, como pode ser ridiculamente idiota eu estar presa dentro da minha casa.
E assim encontrando as chaves, saiu correndo e sentou na varanda da casa para calçar o tênis e disfarçadamente olhava para ele que não parecia ter notado o fato dela estar espiando. Enquanto olhava pensava o que iria fazer, falar um oi, ou boa madrugada vizinho, seria vizinho? Mas mesmo assim ela se levantou e foi em direção à praça, uma rápida caminhada e se sentou em um dos balanços do parquinho e então que notou o quanto ele realmente era lindo, aquele rapaz de seus 25 anos talvez, de cabelos lisos e olhar perdido em sua leitura. Até agora.