segunda-feira, março 21, 2011

Segundo Cap - 1997 ( parte três )


Pela manhã, Elisabeth seguiu sua rotina e foi até a cozinha procurar seu café, foi quando viu seu pai discutindo com sua mãe e então se escondeu para poder entender o que dessa vez fazia seus pais brigar. Mesmo não entendendo muitas coisas, ela conseguiu descobrir que não iria mais se mudar, pelo menos não este mês, algo em relação ao emprego de Eliana. Foi então que sua mãe olhou para a escada e a menina correu para seu quarto, sua mãe chegou a olhar nas escadas e pedir que parasse da brigar, a menina não precisava ser envolvida isso porque Elisabeth não sabia, mas seus pais estavam se divorciando e ela iria morar com seu pai, na nova residência em outro município.
Enquanto estava no quarto ela olhou pela varanda e pode lembrar-se da noite passada onde ela pela primeira vez havia visto seu amor, que agora ela o chamava de Fillip. Imaginava se agora que tinha mais tempo, veria ele novamente, e se conheceria ele melhor desta vez.

Fillip, um belo nome, sua voz tranquila e o leve sotaque me fazem achar que é estrangeiro, é mais belo do que achava, mesmo eu não me lembrando de exatamente do seu rosto, contra luz ficava complicado mesmo. Não consigo imaginar por que mamãe está tendo problemas no emprego, achava que já estava tudo pronto, há uns dias atrás ouvi eles comentando que a documentação já havia saído que agora era preciso tempo e mais nada... Será que ainda falta alguma coisa? Isso só me faz ter mais tempo para convencer Fillip que ele ira cair aos meus pés de paixão.
                Faz mais de duas semanas sem aula, isso tudo por que papai disse que iriamos mudar, agora que já pedi transferência vou perdendo aula, só me resta ler um bom livro e esperar cair à noite, já que Marcos... Tenho que esquecer Marcos... Agora só devo pensar em... Deixa para lá... Não nem mesmo parecida às relações.

Enquanto Elisabeth falava sozinha sua mãe entrou no quarto e pediu com que a menina fosse tomar café, ela ficou meio sem graça e desceu imediatamente. O dia foi tranquilo, as refeições, um bom livro de poesias e um filme com pipoca em um dos canais a cabo da televisão, isso até noite, que foi quando Elisabeth se trancou no quarto dizendo que iria se deitar cedo. Isso não era verdade, ela se arrumou e ficou com a varanda aberta esperando a hora que ele iria aparecer ali, no mesmo lugar que sempre ficava desde o primeiro dia que ela o viu, também foi nessa hora que Elisabeth pode ouvir seus pais brigando novamente, mas ela não estava realmente se importando com isso no momento.
                Depois de quatro horas sentada na varanda lendo seu livro, ela pode ver ele se aproximando do mesmo banco que sempre sentava (...)

CONTINUA...

quinta-feira, março 17, 2011

Segundo Cap - 1997 (parte dois)

Ele ergueu a cabeça e olhou em sua direção, o coração de Elisabeth disparou e suas mãos ficaram frias, com um sorriso no rosto ele fechou o livro e colocou do seu lado no banco. Foi realmente inesperado, simplesmente largou seu livro no banco e foi caminhando até os balanços e enquanto isso uma das luminárias da praça piscava falhando a iluminação, seu caminhar era um compasso para Elisabeth que o via se aproximando, não conseguia mais disfarçar o fato de ficar balançada com sua presença a incomodava e fazia pensar se ele estava percebendo.

Aquela hora senti meu coração bater tão rápido quando os tamborins de minha Salgueiro, como podia imaginar que ele iria vir até mim, a ideia era só fazer que me nota-se, o que eu fazer? Um sorriso tímido e um comprimento mais informal? Como eu podia imaginar que seria tão difícil.

Uma nuvem acabava de passar pela lua e sua luz iluminava toda a praça agora, a luz do poste se manteve por um momento enquanto para ela o tempo havia parado, ele se apoiou em uma das barras do brinquedo e olhando para o chão a cumprimentou. Seu nome era Fillip, tinha 30 anos e não morava no bairro, muito simpático fazia questão de elogiar Elisabeth. Depois das quatro da manhã ele mesmo se ofereceu para leva-la até sua casa, Elisabeth recusou e foi embora, tinha consciência que estava tarde e Eliana não iria gostar de saber do que havia acontecido, mas para Fillip tudo fazia sentido.

Segundo Cap - 1997 (parte um)


Era uma noite tranquila em Barra Mansa, no céu a lua brilhava e iluminava a janela de Elisabeth, está estava inquieta já passava das duas e não conseguia dormir. Tentou diversas vezes fechar os olhos e fingir que dormia porem não dava certo, algo a incomodava além de todos os seus problemas a mudança, brigas constantes com os pais e o seu desentendimento com Marcos foi a ultima gota. Não podia entender como sua vida podia mudar assim de forma drástica, a única coisa que ela entendia é o fato de tudo já vir acontecendo há muito tempo.
Elisabeth olhou no celular as horas e colocou de volta em seu criado mudo, seu quarto parecia cada vez mais sufocante e isso a fez levantar e ir até a cozinha. A casa estava escura, todas as cortinas fechadas e luzes apagadas faziam o pequeno trajeto até a geladeira se tornar um pouco assustador, quando passou pela sala jurou ter visto um vulto, mas Elisabeth sabia que tudo não passava de um medo idiota que tinha da solidão. Já em frente a geladeira abriu e começou a procurar algo para beliscar, não estava com fome e realmente tinha medo de pegar o habito de assaltar a geladeira de madrugada, então pegou um copo de suco e batendo a porta com o quadril foi para a sala novamente.

Por quanto tempo vou continuar pensando e me importando com o que Marcos pensa de mim, acho o fato dele não ter dito nada a respeito é que ele mesmo não se importa mais com nossa amizade há tempos. E até andei reparando que estava mais longe e agindo como se eu não estivesse do seu lado, ou não foi assim que aconteceu a uns dias atrás, aquelas meninas na rua mexendo com ele, fingiu que eu não existia aquela hora, homens. Em minha opinião só mais um.

Elisabeth se acomodou no sofá e com os olhos procurava o controle da televisão, procurou algum canal aberto, pois seu pai já havia cancelado os canais acabo - iriam se mudar bem cedo no outro dia e não havia mais motivos para tê-los – e foi então que depois de ver muita televisão a menina caiu no sono. Foi quando o chiado da TV fora do ar à acordou, meio assustada quando viu o que era se levantou e desligou. Foi nessa hora que Elisabeth decidiu dar uma olhada pela janela, quando abriu pode ver claramente no meio da praça a silhueta de um homem sentado no banco da praça supostamente lendo, ela sabia que era impossível ou desconfortável ler na penumbra da noite de Barra Mansa, mas a certeza que seria ele era inevitável, quem mais poderia ser.
Logo tomou uma decisão, pegou seu casaco marrom e penteou os longos cabelos loiros e então deu por falta das chaves da frente, seu desespero procurando era tanto que não conseguia pensar em outra coisa além procurar e procurar mais rápido.

Por muito tempo esperei a oportunidade certa, e agora que me acho pronta, o que me limita é uma simples porta! Ai meu Deus, como pode ser ridiculamente idiota eu estar presa dentro da minha casa.

E assim encontrando as chaves, saiu correndo e sentou na varanda da casa para calçar o tênis e disfarçadamente olhava para ele que não parecia ter notado o fato dela estar espiando. Enquanto olhava pensava o que iria fazer, falar um oi, ou boa madrugada vizinho, seria vizinho? Mas mesmo assim ela se levantou e foi em direção à praça, uma rápida caminhada e se sentou em um dos balanços do parquinho e então que notou o quanto ele realmente era lindo, aquele rapaz de seus 25 anos talvez, de cabelos lisos e olhar perdido em sua leitura. Até agora.

quarta-feira, março 02, 2011

Primeiro Cap - 1997 (parte cinco)

Elizabeth está deitada no sofá assistindo televisão enquanto sua Mãe está na cozinha preparando a janta para a família, hoje é sexta-feira e o Beto, pai de Elizabeth, chega do Rio de Janeiro onde estava tratando os últimos ajustes para a mudança. Elizabeth ainda não lidava bem com a ideia, mas seus pais sempre acharam que seu único motivo era a amizade com Marcos e não sabiam que a menina estava apaixonada.
Era bem tarde, mas o telefone tocou. Eliane atendeu ao telefone e era Marcos pedindo para falar com Elizabeth, a menina se levantou e atendeu agradecendo a mãe, porém quando ouviu o que o amigo tinha dizer não pode acreditar.

Não! Não! Para com esse papo, parece que não me conhece. Não precisa disso! Marcos eu vou ai, calma, não fala isso. Mãe posso ir à casa do Marcos? “Pera” amigo, Mãe, responde!

Do outro lado da linha, Marcos com lagrimas nos olhos desligava o telefone e com o Diário de Elizabeth na mão ele descobriu que nunca devia ter lido aquele caderno. Porém Elizabeth não sabia exatamente o que acontecia, para ela Marcos estava triste com aquilo o que ela disse a ele no parque, sua mãe não a deixou sair e logo seu pai entrava em casa sorrindo e contando as novidades.
Eliana havia preparado uma refeição perfeita, porém Elizabeth com um beijo em seus pais se despedia para subir ao seu quarto, ela olhou pela varanda para fora e olhando novamente para sua cama ela decide que essa noite não esperaria por ele e precisava dormir um pouco. Ligou o radio bem baixinho e se deitou.

Oh, life is good, Oh, life is good, Oh, life is good...
As good as you wish!

Do lado de fora estava ele, olhando pela varando a menina dormindo, sua face era melancólica e parecia se sentir melhor em estar ali. Caminhou lentamente até a cama da menina e com uma das mãos colocou uma flor sobre a cama, baixinho podia ouvir sua voz dizendo: “Você não precisa ir”.


Primeiro Cap - 1997 (parte quatro)

Elizabeth, Elizabeth... Ousa Elizabeth quer saber a verdade, não quer. Venha Elizabeth ousa e venha ao meu encontro, não tenha medo, não tenha medo do que não vê.

A menina abre os olhos e vê que o sol invade seu quarto pela janela, é impossível levantar, está muito cansada e não se lembra nem mesmo o dia da semana, porem sua mão já procura seu diário que também não lembrava onde teria parado. Elizabeth olhou embaixo da cama e lá estava o caderninho, pegou e logo começou a escrever... Era importante não esquecer.

Duas da manhã ele estava lá, bonito como em meu sonho, minha mão estava gelada e meu coração disparado já sabia que era ele. Como esquecer aquele homem, ele mexia comigo de uma forma especial era intenso e delicado, nunca havia sentido algo se quer parecido, ele é especial e vou procurar novamente por ele e se não o achar vou arrumar um motivo para uma menina de 14 anos caminhar pela praça de madrugada. Não! O meu Deus, qual?
Sou ridícula, uma menininha boba e sem sal nunca encantaria um homem, principalmente como ele, tão encantador. Mas juro, quando eu dormia pode sentir em meu sonho ele me olhando e passava a mão em minha cabeça, acredite, pode sentir e assim estou a pessoa mais feliz do mundo.

Terminando o que estava escrevendo ela saiu do quarto e foi direto para o banho, enquanto isso na porta Eliana atendia Marcos, então pediu para ele esperar ela sair do banho e ela mesma pedia licença para ir ao mercado. Marcos ao ver Eliana sair, corre as escadas e começa chamar por Elizabeth, a menina atende de dentro do banheiro e pede para ele esperar no quarto mesmo. Marcos caminha até o quarto, e meio sem jeito vai entrando e senta em uma poltrona, encontra o diário sobre a cama e pensa na hipótese de ler, mas decide não o fazer.
Com alguns minutos de espera, ele se levanta e abre o caderno em uma página em branco, pega a caneta e escreve algumas palavras e fecha novamente. Com um grito Elisabeth avisa que está quase pronta, e o menino assustado fecha e sai do quarto correndo para corredor. E então se depara com Elizabeth com a toalha nas mãos e o cabelo molhado, a menina nota sim o nervosismo de Marcos, mas abre um sorriso e brinca dizendo que ele estava há atrasando.

Penso se poderia contar a Marcos o meu segredo, seria bom saber sua opinião sobre o que estou sentindo. Mas por outro lado penso que ele não iria entender e se preocuparia, acredite Marcos sempre foi um grande amigo, já me livrou de varias. Por outro lado, é “bonitão” e muito popular, ele saberia me ajudar com seu jeitinho amoroso, me daria “altas” dicas.

Os dois saem de casa para caminhar um pouco, só que Elisabeth não conseguia parar de pensar no homem misterioso e no que ela iria fazer quando estivesse em frente a ele. E em um desses momentos de distração um grupinho de meninas começam a mexer com Marcos e ele meio sem graça tenta ignorá-las, e então que Elisabeth pede que ele não fique assim. Os olhos de Marcos ficam tristes e encontram os dela e então ele tenta falar, mas desiste e sai correndo para casa, a menina não entende, mas o deixa ir.

Mas dessa noite não passa!